Reforma tributária para médicos: os efeitos práticos da Emenda Constitucional 132

A área da saúde está diante de uma transformação significativa com a implementação da Emenda Constitucional 132 e a consequente reforma tributária. Neste artigo, vamos analisar de forma prática os efeitos da Emenda Constitucional 132 no setor da saúde, abordando questões como a tributação de serviços médicos, a carga fiscal sobre os profissionais da área e as possíveis estratégias para minimizar os impactos dessas mudanças. 

Se você é médico ou profissional da área da saúde, não deixe de acompanhar este conteúdo e ficar por dentro das implicações da reforma tributária para a sua atuação. Esteja preparado para se adaptar e encontrar soluções que otimizem sua carga tributária mesmo diante de um cenário de mudanças fiscais.

O que é a reforma tributária e a Emenda Constitucional 132?

Em poucas palavras, a reforma tributária foi planejada para reorganizar o sistema de impostos, simplificando e equilibrando o pagamento de tributos no Brasil. 

Mas, para que a reforma tributária se torne possível, o próprio nome já antecipa: envolve revisar e atualizar as leis e regulamentos fiscais, eliminando distorções, descomplicando o complicado e promovendo um ambiente mais favorável para o crescimento econômico. É como uma grande obra, em que é preciso desconstruir para reconstruir de forma melhorada. 

Ainda fazendo uso do ‘trocadilho’, a Emenda Constitucional 132 seria a viga de sustentação do projeto. Isso porque a emenda – aprovada pelo Congresso Nacional e promulgada em dezembro de 2023 – é quem estabelece as bases para a reestruturação de todo o sistema tributário brasileiro.

Mas, por que reformar?

O sistema tributário brasileiro atual é alvo de acalorados debates. Chamado de complexo e desigual por alguns, ineficiente e sufocante por outros, fato é que o governo brasileiro vem sinalizando há bastante tempo a vontade de simplificar tudo isso. Entre os principais objetivos da reforma tributária e da Emenda Constitucional 132, destacam-se:

  1. Simplificar o sistema tributário: atualmente, o Brasil possui uma estrutura tributária complexa, com uma multiplicidade de impostos que geram burocracia e custos adicionais para empresas e contribuintes. A reforma visa simplificar esse sistema, tornando-o mais transparente e eficiente.
  2. Promover a justiça fiscal: a reforma busca distribuir a carga tributária de forma mais equitativa, reduzindo distorções e privilégios, e garantindo que todos contribuam de acordo com sua capacidade contributiva.
  3. Estimular o crescimento econômico: um sistema tributário simplificado e mais justo pode reduzir os custos de conformidade para as empresas, incentivando investimentos e a criação de novos empregos – o que impulsiona o crescimento econômico.
  4. Aumentar a arrecadação: ao combater a evasão fiscal e a sonegação, a reforma tributária pode aumentar a arrecadação de impostos, proporcionando mais recursos para investimentos em áreas essenciais, como saúde, educação e infraestrutura.

As intenções, certamente, são boas; mas o que estas mudanças implicam para médicos e profissionais da saúde na prática? É o que veremos a seguir.

Mudanças na tributação e seus impactos para médico

Uma coisa é certa: a Emenda 132 trará alterações significativas na tributação para os profissionais da área da saúde, seja para os que atuam de forma autônoma ou para aqueles vinculados a clínicas, hospitais ou outras instituições de saúde. Vamos a elas:

Novos tributos: uma das principais mudanças é a criação de dois novos tributos: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). 

O IBS será um imposto de valor agregado (IVA), substituindo o PIS, COFINS, IPI, ICMS e ISS, como uma alíquota única sobre a receita de vendas de bens e serviços. Embora a alíquota ainda não tenha sido definida, estima-se que fique entre 25% e 30%. 

A CBS, por sua vez, destina-se ao custeio de serviços públicos de iluminação pública e segurança.

Possibilidade de redução da carga fiscal para serviços de saúde: a Emenda prevê que a lei complementar que institui o IBS e a CBS poderá estabelecer regimes diferenciados de tributação, com possível redução de até 60% da alíquota para serviços de saúde. Mas ainda é cedo para celebrar, visto que essa redução precisa ser definida e dependerá da regulamentação futura.

Fim do COFINS sobre importação: a Emenda também acaba com a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) sobre a importação de bens e serviços de saúde, o que pode baratear alguns insumos.

  1. Simplificar o sistema tributário: atualmente, o Brasil possui uma estrutura tributária complexa, com uma multiplicidade de impostos que geram burocracia e custos adicionais para empresas e contribuintes. A reforma visa simplificar esse sistema, tornando-o mais transparente e eficiente.
  2. Promover a justiça fiscal: a reforma busca distribuir a carga tributária de forma mais equitativa, reduzindo distorções e privilégios, e garantindo que todos contribuam de acordo com sua capacidade contributiva.
  3. Estimular o crescimento econômico: um sistema tributário simplificado e mais justo pode reduzir os custos de conformidade para as empresas, incentivando investimentos e a criação de novos empregos – o que impulsiona o crescimento econômico.
  4. Aumentar a arrecadação: ao combater a evasão fiscal e a sonegação, a reforma tributária pode aumentar a arrecadação de impostos, proporcionando mais recursos para investimentos em áreas essenciais, como saúde, educação e infraestrutura.

As intenções, certamente, são boas; mas o que estas mudanças implicam para médicos e profissionais da saúde na prática? É o que veremos a seguir.

Profissionais liberais

Diversas categorias de profissionais liberais ligados a profissões intelectuais de natureza científica, literária ou artística, entre eles médicos, podem obter uma redução de 30% nas alíquotas tributárias, desde que sejam fiscalizados por um conselho profissional competente.

Para aqueles que prestam serviços através de pessoa jurídica, a redução será válida apenas se forem cumpridos, cumulativamente, os seguintes requisitos:

  • Habilitações profissionais dos sócios: todos os sócios devem possuir qualificações profissionais diretamente vinculadas aos objetivos da sociedade e estar sob a supervisão de um conselho profissional.
  • Composição societária: a sociedade não deve ter como sócia nenhuma pessoa jurídica, assim como não pode ser sócia de outra entidade jurídica.
  • Atividade econômica exclusiva: a pessoa jurídica deve se limitar a exercer somente as atividades que correspondem às qualificações profissionais de seus sócios.
  • Prestação de serviços: os serviços vinculados à atividade principal da sociedade devem ser realizados diretamente pelos sócios, sendo permitido o emprego de auxiliares.

Qual melhor regime tributário para a lucratividade?

Para os profissionais autônomos, como médicos, dentistas, fisioterapeutas e outros, isso pode resultar em uma carga tributária mais alta ou mais baixa, a depender de sua situação específica e do regime tributário adotado. 

Aqueles que optarem pelo regime de tributação simplificado, como o Simples Nacional, poderão se beneficiar de alíquotas menores e de uma simplificação no cálculo e recolhimento dos impostos.

No entanto, os profissionais que atuam em regime de tributação tradicional podem enfrentar um aumento na carga tributária, uma vez que o IBS pode ser mais elevado do que os impostos anteriores. Trocando em miúdos, a escolha do regime de tributação terá papel decisivo nos custos operacionais e na lucratividade dos profissionais autônomos da saúde.

Além disso, algumas especialidades ou setores da área da saúde podem ser mais afetados do que outros pelas mudanças tributárias. Por exemplo, os profissionais que trabalham com equipamentos médicos importados ou que utilizam insumos e materiais com alto valor agregado podem enfrentar um aumento nos custos devido à incidência do IVA.

É importante destacar que a Emenda Constitucional 132 ainda está em fase de implementação e muitos detalhes precisam ser regulamentados. Portanto, é fundamental que você fique atento às atualizações e busque orientação especializada para entender como as mudanças tributárias o afetarão e como se preparar adequadamente.

Os profissionais e as empresas do setor de saúde enfrentarão dificuldades em navegar pelo complexo cenário das novas obrigações tributárias sem o apoio especializado adequado. Portanto, esse apoio será crucial para minimizar os impactos negativos das novas regras, cujas alterações procuramos sintetizar a seguir: 

Estratégias para reduzir a carga tributária

É natural que você tenha chegado a este ponto do texto com dúvidas (e uma certa angústia), considerando a magnitude das mudanças apresentadas. A boa notícia é que, ao estar ciente dessas alterações de antemão, você pode se preparar para adotar estratégias sólidas de planejamento tributário. Uma abordagem proativa permitirá que você se adeque às novas regras de forma eficiente e minimize o impacto fiscal em suas atividades. Algumas ações-chave nesse sentido incluem:

  • Analise detalhadamente as novas regras e obrigações tributárias aplicáveis à sua atividade profissional;
  • Busque orientação especializada de contadores e consultores tributários experientes no setor da saúde; 
  • Avalie a viabilidade de se enquadrar em outro regime tributário, que lhe permita reduzir o quanto paga de impostos;
  • Otimize a gestão financeira e contábil, adotando práticas que maximizem os benefícios fiscais existentes;
  • Explore possíveis incentivos fiscais, isenções ou regimes especiais disponíveis para profissionais da saúde;
  • Terceirize ou automatize tarefas relacionadas ao cumprimento de obrigações tributárias para se concentrar no seu negócio. Você pode começar hoje mesmo com o app da BXMED, uma plataforma completa para a gestão financeira e contábil da sua Pessoa Jurídica na palma da mão.

Fato é que, ao contar com o apoio de especialistas em gestão tributária da área médica, você estará amparado para analisar os regimes tributários mais vantajosos e realizar um levantamento minucioso de todas as despesas dedutíveis pensando em reduzir o quanto paga de impostos de forma lícita e ética.

Conclusão

Como pudemos ver, o planejamento tributário é essencial para garantir a sustentabilidade financeira dos médicos diante das mudanças trazidas pela reforma tributária. 

Isso porque, embora a longo prazo a reforma tributária possa trazer benefícios -como a redução da carga tributária geral e a simplificação do sistema de impostos – o período de transição pode ser desafiador. Portanto, é crucial que você se familiarize com as novas regras e permaneça atento a possíveis revisões e ajustes.

E é para isso que a BXMED existe. Oferecemos serviços de consultoria tributária especializada no setor de saúde, com atendimento totalmente online. Nossos profissionais, experientes em legislação fiscal, estão prontos para auxiliá-lo na análise do impacto das mudanças tributárias, no planejamento eficiente e na adequação dos seus processos administrativos e contábeis às novas exigências legais.

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